“Unforgettable Sailing” – Três anos a bordo, 5.000 milhas navegadas, outras tantas pela frente e centenas de milhares de views de seus vídeos
Um jovem e simpático casal gaúcho veleja há 3 anos, tendo o barco como sua casa. As aventuras e o dia-a-dia do casal são periodicamente mostrados em vídeo, de forma muito especial.
Com modéstia e naturalidade, usando uma linguagem simples e muita facilidade de comunicação, Diego e Georgia passam muita informação, deixando de lado a contemplação. É fácil ficar horas assistindo à série de vídeos que esse gaudério e essa gringa de Caxias do Sul oferecem pelo Youtube, sem afetação nem ostentação.
Em breve passarão pelo Canal do Panamá, onde ajustarão a proa no rumo de Galápagos. A seguir, uma perna para ninguém botar defeito: Ilhas Marquesa, e depois Polinésia Francesa, a umas 5.000 milhas do Caribe, de onde estão saindo!
Daí pra frente, para onde irão? Quem se arrisca a dar um palpite?
Diego aprendeu a velejar no Rio Guaíba, em Porto Alegre. Disse ele, para a minha satisfação: “O Popa já nos serviu imensamente como fonte de pesquisa”.
Desatracaram de Florianópolis, em novembro de 2015, em um barco de madeira construído em 1965, com pouca experiência para encarar uma aventura como essa. Fizeram a costa do Brasil e seguiram ao Caribe. Lá venderam o barco e compraram um Jeanneau, que veio a ter perda total no final de 2017, na ilha Virgin Gorda (no seco), quando da passagem do Furacão Irma. Indenizados pela seguradora, já em fevereiro de 2018 Diego e Georgia adquiriram na ilha de Grenada um veleiro North Wind 43 pés, de projeto britânico, e o rebatizaram Unforgettable 3, o terceiro veleiro que tiveram em 1 ano.
Saiba mais sobre a história do Diego e da Georgia no site:
UnforgettableSailing.com.br
Assista os vídeos do Unforgettable Sailing
O Popa recomenda: Unforgettable Sailing
E o tal “barco de madeira, de 1965”? Que barco era esse?
O Ernestão Neugebauer nunca imaginaria aquele barquinho com a bandeira das Ilhas Virgens na popa…
A história dessa expedição remete a um dos jurássicos da vela gaúcha, o Ernesto Harald Neugebauer, ou Ernestão, com quem tive o prazer de conviver. Segundo o conhecido historiador do esporte à vela no RS Carlos Altmayer Gonçalves*, o Manotaço, Ernestão mandou construir o veleiro Coral, conhecido posteriormente como Coralzinho, no estaleiro Funk, nos anos 60. Alguns anos depois, adquiriu outro barco, também batizado de Coral. O Coralzinho foi parar na mão do meu saudoso amigo László Böhm (foto), que o rebatizou de Ubá.
Lá por 1998, László vendeu o Ubá a José Carlos Maio.
E o que tudo isso tem a ver com o Diego e a Georgia?
Ocorre que em 2012, Átila, filho de László e comandante do veleiro Atrevida, fez um belíssimo resgate para o Popa.com.br, contando a história da Regata Buenos Aires – Rio (1950)**.
Maio comentou o artigo de Átila assim:
13 Set 2013
Jose Carlos Maio
Meus parabens!!!! Assim devo começar este depoimento. Realmente o velho e querido Lazlo tinha porque sentir tanto orgulho do seu filho. Eu sou um homem feliz, por ter, na época, comprado o pequeno Ubá do meu amigo Lazlo, e estar com ele até hoje, praticamente restaurado e já com novo comandante em preparo, meu filho Diego. Que o destino faça com ele, o que fez com o filho de um grande amigo. Parabens Guri. Do amigo Maio.
Pois não é que Maio acertou?!… O filho Diego apaixonou-se pela vela e pelo Coralzinho (que já era cinqüentão), ou melhor, pelo Ubá, ou melhor ainda, pelo Unforgettable, como rebatizado por Maio nos anos 90.
Anos depois, o barco foi levado para Florianópolis, de onde Diego zarpou com a Georgia mar afora, em novembro de 2015. Pois este é o tal “barco de madeira, de 1965”, que acabou sendo vendido a um americano nas Ilhas Virgens Americanas. Nem o Ernestão nem o László poderiam imaginar que um dia tremularia na popa daquele barco construído para velejar no Rio Guaíba, a bandeira das Ilhas Virgens.
(*) László Böhm: histórias de varanda
(**) Regata Buenos Aires – Rio de Janeiro, 1950